Contrato da esposa de Alexandre de Moraes com Banco Master previa atuação junto a BC, Receita e Congresso

O contrato firmado entre o escritório Barci de Moraes Associados, da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, e o Banco Master previa a defesa dos interesses da instituição junto a órgãos estratégicos da administração pública: Banco Central, Receita Federal e Congresso Nacional.

A informação foi revelada pela colunista Malu Gaspar, de O Globo. O documento, assinado em 16 de janeiro de 2024, estabelecia pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões durante 36 meses, o que poderia totalizar R$ 129 milhões até 2027.

Segundo a apuração, até outubro de 2025, quando o Banco Central decretou a liquidação do Master, o escritório já havia recebido cerca de R$ 79 milhões. Além de Viviane, dois filhos do ministro Alexandre de Moraes também integram o quadro da banca.

O contrato chamou atenção pelo valor elevado e pela abrangência da atuação prevista, envolvendo órgãos centrais da regulação financeira e da formulação legislativa. A repercussão se intensificou porque o período de vigência coincidiria com o ano em que Alexandre de Moraes assumirá a presidência do STF, em 2027.

A revelação gerou debates nos meios jurídico e político, levantando questionamentos sobre potenciais conflitos de interesse e sobre a relação entre grandes contratos privados e figuras públicas de destaque no cenário institucional brasileiro.